Apesar de entender a importância e relevância para a indústria dos jogos 3D do Sonic, não vejo com bons olhos a transição para esse mundo. Ainda sinto saudade da simplicidade das primeiras aventuras. Do ouriço azul gordinho e silencioso e, claro, dos jogos que mesclavam de forma sublime momentos de plataforma e velocidade.
A entrada no mundo 3D
Sonic Adventure foi um divisor de águas. O design do personagem foi retrabalhado, sintetizando o que a nova aventura se propunha a fazer. Sonic passou por uma “harmonização facial”, botou lentes verdes, pegou pesado na dieta para perder o calo na barriga e aprendeu a falar. Metade da simpatia, certa inocência e charme do personagem, pra mim, se perdeu nessa decisão estética que flertava com o “radical”.
É até estranho pensar nisso, em retrospecto, porque pra quem tem menos de vinte e cinco anos, esse é “O” Sonic. Só que o personagem das aventuras tridimensionais nunca me cativou. E a qualidade duvidosa de seus jogos 3D - em comparação às aventuras dos áureos tempos do Mega Drive - contribuiu para isso.
A ironia disso tudo é que antes os títulos de Sonic foram pensados para rivalizar com os jogos do Super Mario. E hoje em dia, Sonic rivaliza com ele mesmo. Não à toa um dos maiores sucessos recentes do personagem nos videogames foi o jogo celebração Sonic Mania, do já distante ano de 2017. Um título nostálgico que resgata toda a magia das aventuras da geração 16 bit.
Jogos tridimensionais de destaque
Se nos cinemas Sonic finalmente conseguiu alcançar o sucesso que merece, na sua mídia de origem continua “batendo cabeça”. Mesmo assim, entre muitos erros e alguns acertos, consigo destacar três jogos tridimensionais do ouriço azul que merecem atenção: Sonic Frontiers, Sonic Colors e Sonic Generations. Não são jogos incríveis, mas estão longe de “tosquices” como Sonic The Hedgehog, de 2006.
Desses, Sonic Generations é o meu preferido. O título, lançado em 2011, originalmente, celebrava o vigésimo aniversário do personagem e uniu de um jeito bem interessante a fase 2D e 3D do ouriço, resgatando inclusive o Sonic gordinho dos primeiros jogos. A história de Generations nos permitiu revisitar estágios de diferentes momentos da franquia, apresentando fases retrabalhadas e novos mixes de composições clássicas.
Em 2024, o jogo foi relançado para os consoles atuais e adicionou o personagem Shadow na brincadeira. Uma clara jogada de marketing para promover o filme Sonic 3, que estava em vias de estrear nos cinemas. Sonic X Shadow Generations, é um divertido choque de gerações e consegue agradar tanto fãs de longa data, quanto os mais jovens.
Na espera de um jogo, realmente, maravilhoso
De toda forma, por tudo que vi até agora e tendo crescido jogando os títulos do ouriço azul, me causa certa frustração a SEGA não conseguir emplacar um jogo, realmente, maravilhoso. Queria mais, muito mais! Não me refiro a sucesso comercial. Até porque, Sonic Frontiers é considerado, nesse sentido, um sucesso.
Queria aquele jogo de plataforma 3D que chama atenção da galera e que deixa todo mundo de boca aberta, por tamanha beleza e criatividade. Algo que a Nintendo faz com maestria, como as aventuras de Super Mario e, mais recentemente, Donkey Kong Bananza. Queria algo épico como Psychonauts 2 e divertido como Astro Bot. Será que um dia Sonic chega lá? Sigo aqui na torcida.